Estudo com 50
indicadores confirma abismo entre escolas públicas e particulares,
mas revela que nenhuma alcança níveis avançados de inovação pedagógica
São
Paulo, janeiro de 2020
- O Instituto Crescer, instituição que atua na área de Educação em
projetos voltados à formação de professores, divulgou recentemente a pesquisa APEI-50 - Avaliação das Práticas Educacionais Inovadoras. Elaborado
junto a mais de 300 instituições de ensino (públicas e privadas) e mais de 5
mil professores, o estudo teve como objetivo mensurar o grau de inovação
pedagógica nas escolas brasileiras.
Ao analisar, por exemplo, o Perfil de
Instituição, o estudo descobriu que existe uma grande distância entre escolas
públicas e privadas no que diz respeito ao pilar Resultados Educacionais –
Competências Digitais. As públicas apresentam um iAPEI-50 de 0,77 e as privadas 1,51, uma
diferença de mais de 2 vezes. Entretanto, mesmo as particulares ainda estão
longe do cenário ideal.
O índice APEI-50 considera valores que variam entre 0 e 4 e que correspondem às categorias Emergente, Básico, Intermediário e Avançado, respectivamente. São 50 indicadores que permitem avaliar o quanto as escolas vêm inovando nas práticas pedagógicas, além de identificar pontos de melhoria no uso de tecnologias educacionais. Ao considerar esses parâmetros, fica evidente que mesmo as instituições privadas ainda estão em um nível Básico, o que representa um estágio muito inicial de inovação.
Fonte: Instituto Crescer
“O índice APEI-50 traz informações inéditas que abrem espaço para o debate de ideias, além de apontar alguns caminhos. É um estudo feito por professores para professores. Mais que uma pesquisa, é uma ferramenta para apoiar a gestão educacional em prol da inovação, permitindo conhecer a prática docente, criar um plano de ação para investir em recursos tecnológicos e formação docente, e com isso contribuir para que sejam implementadas novas estratégias de ensino que encantem os alunos e os envolvam em momentos de aprendizagem significativa”, explica Luciana Allan, Diretora Técnica do Instituto Crescer e idealizadora da pesquisa.
Um panorama da inovação no ensino
brasileiro
· - De forma geral, analisando por Pilar, o iAPEI-50
revela que não há nenhum aspecto que se encontra em nível avançado de inovação
pedagógica. O melhor resultado é apresentado pelo Pilar Resultados
Educacionais, relacionado às Competências Socioemocionais, no qual o iAPEI-50 é
de 2,07, sendo considerado como um nível intermediário de inovação pedagógica.
· - Nas escolas privadas, 3,02 é o iAPEI-50
(nível avançado) relacionado à autonomia que os alunos têm para uso da Internet
em práticas pedagógicas. Este mesmo indicador corresponde ao melhor resultado
apresentado pelo Pilar Usabilidade para área pública, sendo que seu resultado é
de somente 1,92 (nível básico). Estes números indicam que os alunos da rede
privada têm praticamente três vezes mais autonomia para uso da Internet para
fins pedagógicos que os alunos da rede pública.
Fonte: Instituto Crescer
· - O uso das tecnologias digitais para
personalizar a prática de ensino e criar atividades diversas de forma a atender
os diferentes estilos e necessidades de aprendizagem apresentado pelos alunos é
outro aspecto visto como positivo pelo iAPEI-50. A rede pública apresenta um iAPEI-50
de 1,88, enquanto o da rede privada alcança 2,81 (nível intermediário).
Fonte: Instituto Crescer
· - Como piores iAPEI-50 no pilar Usabilidade
estão: criar oportunidades dos alunos participarem de comunidades virtuais de aprendizagem
extrapolando os muros da escola (0,75), envolver os alunos em projetos da
metodologia integrada STEAM – Science, Technology, Engineering, Arts e
Mathematics (0,86) e uso de portfólios digitais para gestão da aprendizagem
(0,95). Todos estes itens alcançaram nível emergente, o que revela que não há
indícios de prática pedagógica inovadora relacionada a estes aspectos. O
resultado varia pouco quando é feito um recorte e leitura dos resultados por
escolas públicas e privadas.
Fonte: Instituto Crescer
· - Muitas das questões relacionadas à cultura
digital encontram-se em um nível básico de inovação pedagógica. Como destaque,
vale mencionar o iAPEI-50 relacionado aos itens: participação em uma cultura
digital com respeito ao próximo (1,72), utilização de tecnologias digitais com
segurança (1,58) e pedido de ajuda em situações de risco ao navegar na Internet
(1,12). Esses são resultados gerais, o que reflete a percepção de professores
de escolas públicas e privadas.
· - Os melhores resultados advêm do pilar
Resultados Educacionais referente às Competências Socioemocionais e que estão
relacionados à abertura e interesse dos alunos em participarem de projetos.
Neste caso, o iAPEI-50 é de 3,08 para escolas particulares (nível avançado) e
2,31 para escolas públicas (nível intermediário). Dentro desta mesma
perspectiva temos a visão dos professores em relação ao engajamento e
resiliência dos alunos ao participarem de projetos. O iAPEI-50 da escola
pública fica em 2,24 e da escola privada em 2,93 (ambas em nível
intermediário).
· - Aspectos que envolvem as competências intra e
interpessoal são aqueles nos quais encontramos as maiores fragilidades dentro
do Pilar Resultados Educacionais – Competências Socioemocionais. Analisando os fatores
que dizem respeito a competência intrapessoal vale destacar o indicador que
traz a visão dos professores sobre a capacidade dos alunos para fazer
autogestão da aprendizagem, com iAPEI-50 de 1,62, seguido por administração do
tempo (1,64) e autoconhecimento (1,75). Em relação ao interpessoal, os
principais pontos são o desafio que os alunos têm para se comunicar em outra
língua (1,12) e o interesse em conhecer e se engajar com o que acontece fora
dos muros da escola (2,01). Vale destacar os resultados relacionados à
comunicação em outra língua, que tem um iAPEI-50 três vezes maior na rede
privada (1,53), em comparação aos resultados relatados por professores da rede
pública (0,58), o que demonstra, mais uma vez, a subutilização das tecnologias
digitais para potenciar práticas eficientes de ensino e aprendizagem.
· - Por último, no que diz respeito aos resultados relacionados à competência docente, extrair dados de sistemas online para avaliar resultados de aprendizagem aparece como um dos aspectos mais positivos, com um iAPEI-50 de 2,24 (intermediário). Como pior resultado, aparece a capacidade dos docentes em fazer curadoria de recursos digitais, com um iAPEI-50 de 1,84, considerado básico.
Feita por professores para professores
Idealizado pela Diretora Técnica do
Instituto Crescer, Dra. Luciana Allan, o projeto APEI-50 foi lançado em 2018
como parte das comemorações pelos 18 anos da instituição. Desenvolvido de forma
colaborativa, o estudo está alinhado a RRI (Responsible Research and Innovation
– Pesquisa e Inovação Responsáveis), termo criado pela Comunida Europeia, que
têm como premissa que os agentes e representantes sociais trabalhem juntos
durante todo o processo de pesquisa e inovação.
Nesta primeira edição, participaram
5.411 professores de 317 escolas espalhadas pelo país. Para validação do
programa, foram convidados acadêmicos, professores e profissionais
especialistas em educação, que vêm acompanhando e participando de iniciativas
que envolvem a promoção de instituições inovadoras apoiadas pelas tecnologias
digitais.
Para a Secretária de Educação de Mogi
das Cruzes, Joelma Silveira, a avaliação e seu acompanhamento são excelentes
ferramentas para realizar um diagnóstico do ensino. “Não só na rede pública,
mas também nas escolas particulares, o APEI-50 traz um entendimento no que
tange ao nível de maturidade, inovação e utilização das tecnologias digitais de
informação e comunicação em prol dos estudantes brasileiros, servindo também de
autoavaliação para o público docente. As escolas públicas apresentam uma
desvantagem no acesso aos recursos. Os professores acabam não dispondo deles
para inovar em suas aulas e aproximar seus alunos dos conteúdos necessários,
utilizando a linguagem que entendem. Devido a essa escassez, os professores
também, de um modo geral, não se capacitam para esse fim. Que bom que
iniciativas como os programas federais, projetos da iniciativa privada e
parceiros têm tentado reverter essa situação”, diz.
Na visão de Silvia Cristina
Scuracchio, Mantenedora da Escola Bosque em São Paulo, as escolas públicas,
como todas as demais instituições de ensino, estão em busca de modernização e
inovação. “Evidentemente existe uma grande lacuna a ser preenchida nesses
quesitos e o APEI-50 chega como uma excelente ferramenta para ajudar a criar um
plano de ação baseado nos resultados obtidos. Toda mudança implica em uma série
de transformações em vários níveis, desde a capacitação dos professores até a
adequação dos espaços físicos. O APEI-50 auxilia de forma inequívoca as escolas
a fazerem um diagnóstico e a identificarem as áreas prioritárias para iniciarem
esse processo. A pesquisa ainda tem a versatilidade para acompanhar a jornada
de transformação, pois pode e deve ser novamente aplicada durante o
processo para criar novos direcionamentos que levem à conquista de melhores
resultados”, afirma.
7
perguntas para Luciana Allan, Diretora do Instituto Crescer,
sobre
Inovação na Educação e o APEI-50
1. 1. Como qualificar o uso da Internet e aproveitar
melhor os recursos tecnológicos que hoje estão nas mãos dos alunos,
contribuindo para que sejam viabilizadas práticas mais eficazes de ensino e
aprendizagem?
Pela pesquisa TIC
Educação 2018, 64% das Escolas Públicas e 44% das Escolas Privadas têm acesso à
Internet no laboratório de informática e em 57% das Escolas Públicas e 74% das
Escolas Privadas há acesso à Internet na sala de aula.
No entanto, o
índice de inovação pedagógica APEI-50 é de somente 2,12, ou seja, é considerado
como um nível Básico, quando olhamos para o quanto os professores vêm
trabalhando com metodologia de pesquisa na Internet, e 1,87 quando refere-se ao
estímulo que eles dão aos alunos para verificar a confiabilidade da informação
e compartilhar resultados de pesquisa.
Algo que também nos preocupa é quando olhamos para o resultado apresentado pela pesquisa complementar feita junto aos líderes cadastrados na plataforma APEI-50. Por esta pesquisa descobrimos que somente 31% das Escolas Públicas e 56% das Escolas Privadas orientam seus professores sobre como realizar pesquisas eficazes com respeito aos direitos autorais.
2. 2. Qual o impacto na formação dos alunos quando
os educadores não estão privilegiando estratégias de ensino que permitam aos
alunos trabalhar situações de ensino baseada em problemas, buscando resolver,
por meio de protótipos, desafios do mundo real?
Sabemos o quanto
será desafiador o futuro para estas crianças e jovens. Hoje é muito difícil
prever o futuro e ainda teremos muitos avanços tecnológicos nos próximos anos
que, inclusive, redefinirão carreiras e profissões. Muito mais que conhecimento
técnico, cada vez mais será necessário, a qualquer pessoa, ter atitude,
proatividade, resiliência e disciplina para aprender sempre e por toda a vida,
se reinventar, entre diversas outras competências. Se tudo isso é fato, criar
oportunidades de pensar em problemas do mundo real e buscar resolvê-los
mobilizando diferentes competências e fazendo uso de diversos conhecimentos é
algo premente e que deve ser trabalhado ao longo de toda a educação básica.
No entanto, quando
olhamos para os resultados da avaliação APEI-50 e focamos neste aspecto,
encontramos um índice de inovação APEI-50 igual a 0,91 relacionado às
oportunidades que os professores promovem de envolver os alunos em projetos
STEAM (projetos que envolvem Ciências, Tecnologias, Engenharia, Matemática e
Artes) e 1,39 quando mencionam trabalhar com aprendizagem baseada em problemas
do mundo real, envolvendo a construção de protótipos. Ou seja, ainda estão em
um processo muito inicial relacionado a este tipo de trabalho pedagógico.
Um dos aspectos que pode estar gerando este tipo de situação é o fato de somente 4% das Escolas Públicas e 44% das Escolas Privadas possuírem Espaço Maker em boas condições de uso e 19% das Escolas Privadas e 34% das Escolas Públicas terem kit de robótica (informações compartilhadas pelos líderes participantes da pesquisa complementar APEI-50). Ou seja, é outro ponto a se pensar, não só relacionado com a formação continuada dos professores, mas também à infraestrutura.
3. 3. Será que os alunos terão “empregabilidade” ou
mesmo, se decidirem ser empreendedores, terão todas as competências necessárias
ao cidadão do século XXI para gerir e seguir em frente com o seu projeto de
vida?
Parece uma questão
simples, mas é bem mais complexa do que imaginamos quando olhamos para os
resultados referentes ao manuseio dos recursos tecnológicos básicos necessários
ao mundo do trabalho. Pela pesquisa e resultados referentes à prática dos
professores, ao utilizar tecnologia no dia a dia junto aos alunos temos como
índice de inovação APEI-50 1,74 relacionado ao trabalho com mapas conceituais,
1,78 para produção de materiais multimídia, 0,95 para produção de textos
digitais e 1,17 para uso de softwares de produtividade, ou seja, em todas as
situações encontramos um índice que refere-se à situação emergente ou básica,
longe de ser um trabalho adequado e que esteja contribuindo para que os alunos
desenvolvam as competências necessárias para o século XXI.
A relevância e confirmação
destes aspectos também aparecem na pesquisa TIC Educação 2018, na qual temos
que somente 19% dos professores trabalharam com planilhas e gráficos no último
ano, 35% promoveram oportunidades de apresentação com suporte das tecnologias
digitais e 34% solicitaram que os alunos produzissem textos digitais.
Uma hipótese para que esta situação se configure é a falta de infraestrutura. Pelo resultado da pesquisa complementar feita com os líderes cadastrados na plataforma APEI-50 constatamos que somente 50% das escolas têm software de produtividade à disposição para trabalho pedagógico.
4. 4. Como preparar os alunos para serem cidadãos
em um momento no qual vivenciamos a 5ª revolução industrial, dominada pela
inteligência artificial, big data, ferramentas de analytics e robótica?
O uso das
tecnologias digitais no contexto pedagógico também tem reflexo direto em outros
resultados educacionais, principalmente naqueles relacionados ao
desenvolvimento das competências digitais. Pela pesquisa, os melhores
resultados ainda se referem aos relacionados à cultura digital e os piores às
questões correlatas ao pensamento computacional e robótica.
Apesar de termos
ciência que estes são aspectos que estarão cada vez mais presentes no nosso
cotidiano, que a inteligência artificial, as ferramentas de analytics e big
data vivenciam, neste momento, somente a ponta do iceberg, temos um trabalho
rudimentar.
O índice de inovação APEI-50 referente ao uso das tecnologias digitais para promover o pensamento computacional e o desenvolvimento da linguagem de programação ainda é muito baixo. Relacionado a entender a lógica da linguagem de programação, a saber decodificar esta linguagem ou, ainda, de forma mais complexa, saber programar, temos como índice de inovação APEI-50 0,59, 0,55 e 0,45 respectivamente. Ou seja, em todas as situações encontramos valores muito baixos, em situação emergente, o que significa que estamos muito aquém do que deveríamos ter em um mundo no qual todas as profissões estão sendo informatizadas e programar passa a ser algo que pode ser feito por qualquer pessoa, com conhecimentos simples de pensamento computacional e linguagem de programação.
5. 5. Como promover a cultura digital como prevê a
BNCC?
Sendo a cultura
digital uma das 10 competências gerais previstas na Base Nacional Comum
Curricular devemos ter uma atenção especial para este aspecto. Alguns dos
pontos analisados nesta pesquisa foram entender o quanto os professores
percebem que os alunos participam da cultura digital com respeito ao próximo,
pedem ajuda em situação de risco ao navegar na Internet e a utilizam com
segurança.
De uma forma geral,
temos como índice de inovação APEI-50 1,73 relacionado à percepção dos
professores em relação ao quanto os alunos participam da cultura digital com
respeito ao próximo, 1,16 sobre o quanto eles pedem ajuda em situação de risco
e 1,28 sobre o quanto acreditam que os alunos sabem navegar com segurança. Ou
seja, temos novamente os resultados em um estágio básico de maturidade
tecnológica.
Algum dos aspectos que corroboram para este cenário são:
- Somente 58% das Escolas Públicas e 61% das Escolas Privadas orientam os
professores para promover navegação
segura na internet junto aos alunos (pesquisa com líderes APEI-50);
- Somente 38% das Escolas Públicas e 67% das Escolas Privadas orientam os professores para questões relacionadas ao
Cyberbullying (pesquisa com líderes APEI-50);
- 61% dos professores promoveram algum tipo de debate sobre como navegar
de forma segura e 38% ajudaram algum aluno a enfrentar situações de risco
ocorridas na Internet (TIC Educação, 2018);
- 15,3% dos professores responderam na avaliação APEI-50 “NÃO SE APLICA”
para os ítens orientar para navegação segura ou evitar cyberbullying, ou seja,
acreditam que esta é uma responsabilidade que não deve ser deles.
6. 6. Ser empreendedor é o projeto de vida para mais de 80% dos jovens brasileiros, segundo pesquisa feita pelo Lide Futuro. É também um dos aspectos mais valorizados na educação da Finlândia, considerada uma das melhores do mundo. Sendo isso verdade, o quanto estamos preparados para desenvolver futuros empreendedores?
Para análise deste
aspecto, levamos em consideração o resultado apresentado por diferentes
indicadores e comparamos com a autoavaliação que os(as) professores(as) fizeram
sobre sua prática profissional. Pelo resultado da pesquisa, temos que somente
19,8% de professores(as) das escolas públicas e 38,2% das escolas particulares
sentem-se confortáveis para promover o empreendedorismo junto aos estudantes.
Este fato se
reflete nos indicadores relacionados às competências socioemocionais, ficando
evidente que ainda há muito a ser feito. Como principais aspectos, mencionamos
os índices de inovação APEI-50 referentes ao quanto os estudantes têm
consciência do seu papel e responsabilidade em um projeto (2,12), ao seu
autoconhecimento (1,75), administração do tempo (1,64) e autogestão (1,62).
Como resultados gerais um pouco melhores, chegando a atingir um nível intermediário de inovação APEI-50, temos: abertura dos alunos à novas experiências (2,75), engajamento e resiliência (2,63), empatia (2,43) e trabalho em equipe (2,06).
7. E o que tem sido feito por líderes educacionais e suas organizações para alavancar um processo de transformação digital e promover o repensar pedadógico junto aos professores(as)?
Poucos são os programas de formação continuada que vêm sendo organizados e ofertados aos (às) professores(as) permitindo que aprimorem sua prática relacionada ao uso das tecnologias digitais no contexto educacional. Pelos dados que conseguimos reunir junto aos líderes cadastrados no sistema APEI-50, para confirmar este entendimento, temos:
- 35% das Escolas Públicas e 11% das Escolas
Privadas não têm nenhuma formação para professores(as) relacionada à questão do
uso das tecnologías no contexto educacional;
- Quando há formação, 4% das Escolas Públicas e
22% das Escolas Privadas relatam que ela ocorre somente semestralmente com uma
carga horária de 4 horas;
- Em somente 8% das Escolas Públicas e 17% das Escolas
Privadas há formações para professores mensalmente com uma duração de 2 horas,
o que poderíamos considerar como o mínimo adequado;
- Pela pesquisa TIC Educação 2018 também temos que, por conta da falta de
formação, quase 80% dos(as) professores(as) acabaram aprendendo por meio de
contatos informais com outros professores(as) ou aprenderam sozinho (mais de
85% deles);
- É interessante ver também que o apoio dado pelo profissional responsável pela sala de informática muitas vezes é bem pequeno, chegando a ser mencionado como somente 19% (escolas públicas) e 41% (escolas particulares).
Faça o download da avaliação APEI-50 aqui.
Sobre o Instituto
Crescer
O Instituto Crescer é uma Instituição fundada
em 2000 que atua na área de Educação em projetos voltados à formação de
professores para diferentes áreas do conhecimento, projetos de inclusão digital
e qualificação profissional de jovens. Seus principais parceiros são Microsoft,
Fundação Nestlé, Copersucar, Instituto Claro, Instituto CCR, Instituto
Votorantim e Neoenergia.